23 de novembro de 2010

5 minutos que valem uma longa vida




Como médica geriatra e cidadã, chama-me muita atenção pelas ruas de São Paulo, o número de idosos, acompanhados ou sozinhos, ágeis ou até com sérias dificuldades de locomoção, que atravessam as ruas da cidade – que tem um dos tráfegos mais agressivos do mundo – fora da faixa de pedestres ou na faixa, mas em momentos inadequados. Flagro esse tipo de comportamento quase diariamente.
Fazendo um levantamento pelo site do DataSUS, só na cidade de São Paulo, de janeiro a setembro de 2010, houve mais de 800 internações hospitalares de pessoas maiores de 50 anos e 106 mortes nessa faixa etária, por atropelamento. Durante todo o ano de 2009 foram quase 1000 internações e 119 mortes. Levando em conta que esses dados só se referem aos piores desfechos, é incalculável, entretanto, o tamanho do problema, um problema de maus hábitos da nossa cultura.
O que significa de fato aguardar 5 minutos até que o farol seja favorável à travessia? Não podemos esquecer, que dado o fluxo de veículos na cidade, os semáforos para pedestres freqüentemente mantém-se aberto durante um tempo insuficiente para a travessia de uma pessoa com dificuldades de locomoção. Portanto, nesses casos, a travessia deve ser feita em duas etapas, normalmente aguardando na ilhas centrais das grandes avenidas, por exemplo. Mulher segura mão de idoso e o conduz sobre a faixa de pedestres
Sugiro que, independentemente da idade, todos tenhamos a responsabilidade e nos eduquemos em primeiro lugar, a fazer travessias seguras. Hoje muitas pessoas chegam à terceira idade em excelente estado de saúde ou em estado bastante bom. Vemos, no entanto, que um número nada desprezível de idosos sofrem, já na maturidade, algum tipo de acidente que transforma totalmente essa história vitoriosa de saúde.
A maioria dos acidentes, como bem sabemos, é evitável. As quedas da própria altura são, entre as causa externas, as que mais levam a lesões permanentes entre os idosos. Esse assunto ficará para outro artigo, mas hoje, só queria ressaltar o papel de cada cidadão na educação no trânsito, um grande tema de saúde pública que afeta a todas as idades.

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