27 de janeiro de 2011

Superação

Gostaria que vissem esse vídeo sobre Nick Vujicic. Para quem não o conhece, vale a pena. É um exemplo para todas as idades. Um homem que aprendeu a se superar dia a dia.

8 de janeiro de 2011

Quedas X Câncer


Muita gente tem pavor de câncer. Em tese, qualquer tecido do organismo pode desenvolver um tumor e sabemos que esse risco aumenta com a idade.
Entretanto, esse medo do câncer muitas vezes é desproporcional: primeiro porque existem muitas outras doenças que podem limitar a nossa saúde que precisam ser prevenidas e tratadas. Segundo porque hoje em dia muitos cânceres são curáveis.
Pensando na população mais velha, uma queda, por exemplo, pode ser muito mais devastadora que um câncer.
Esse é um problema que merece a nossa atenção. Quedas são muito comuns nas pessoas acima dos 60 anos e são um dos maiores fatores que ameaçam a independência dos idosos. Cair não é normal embora seja comum. Todos os anos, mais de um terço dos idosos que vivem em suas casas caem. Ou seja, o risco é muito grande. E esse risco aumenta com o passar dos anos.
As consequências de uma queda podem ser leves ou sérias. Vão desde escoriações até fraturas ou traumatismo craniano. Idosos completamente independentes do dia para noite podem passar a ser acamados, dependentes e necessitarem internação em instituições de longa permanência. Entre os idosos, as quedas são a quinta causa de morte, geralmente uma causa indireta.
Além das consequências físicas, as quedas também costumam trazer um ônus psicológico grande. O medo de cair novamente é, muitas vezes, "traumatizante" levando o idoso a diminir suas atividades perdendo, assim, qualidade de vida. O medo de cair não deve, por exemplo, ser motivo para limitar saídas na rua.
Por todo o exposto, fica claro que cair é sempre um fato importante, ainda que não tenha gerado lesões diretas. Todas as quedas recentes devem ser relatadas na consulta geriátrica. E caberá a todos os cidadãos, independente da idade, procurarem colaborar na prevenção das quedas de idosos.

7 de janeiro de 2011

Velocidade do passo e mortalidade


Idosos lentificados, em geral, são idosos mais frágeis que os indivíduos que vão-e-vem sem dificuldades. Isso é até um pouco intuitivo. Temos uma visão totalmente diferente de um idoso ágil, que bate-perna na rua, que paga suas contas, que trabalha, daquele outro que anda a passos curtos, lentos, encurvado e que fica a maior parte do tempo em casa.
O que é intuitivo é também comprovado.
GÅR TUR DAGLIG: I hagen på eldresenteret går Carl Falck tur hver dag. Foto:Thomas Skaug/DagbladetUma recente metanálise (estudo que analisa diversos estudos de uma só vez) acaba de demonstrar que a velocidade de caminhada de um idoso é direitamente proporcional à sobrevida. Analisando 9 estudos que englobavam no total mais de 34 mil pessoas com média de idade de 73,5 anos, residentes em suas casas, foi observado que em cinco anos de acompanhamento e depois em dez anos, a velocidade de caminhada é associada com a sobrevivência.
Esse estudo não significa que devemos "acelerar" os idosos. Significa que a velocidade de caminhada do idoso é mais um parâmetro para nós, geriatras, na avaliação global do estado de saúde do idoso.
É sabido que a velocidade da caminhada é associada indiretamente com risco de quedas e outros problemas. O estudo atual apenas comprovou que a velocidade tem a ver com sobrevivência, tempo de vida.
Mais um motivo para estimularmos o fortalecimento muscular e a prática de atividades físicas, essenciais para melhorar o desempenho em tantos aspectos da saúde.

Artigo médico: JAMA. 2011;305:50-58, 93-94.